Recentemente li na VEJA (argh) uma matéria sobre o assunto / fútil da moda... O vestido curto da Geyse...
Sem entrar em detalhes sobre a reportagem, gostaria de externar um pouco do que eu penso e discordar de um ponto que parece ser o principal dessa estória toda: INTOLERÂNCIA.
Na reportagem que mencionei um especialista fala sobre ´conservadorismo sexual´, eu acho que não é nada disso... Ao contrário do que a maioria, acho que isso pouco têm a ver com sexo. Têm a ver com intolerância social e machismo...
Os alunos da UNIBAN, a meu ver, não ficaram raivosos em razão de ter uma garota com vestido curto, mas sim pelo fato de ser uma garota, da periferia, que se acha ´gostosa´ e que ´exerce seu poder´ ao levantar a saia, etc... Me pareceu que a Geyse estava embasbacada com seu próprio ´poder´, e o exercia na Universidade, uma garota da periferia ´dominando ´a ´elite´. Mas aí que está o problema... E aí vêm o preconceito da intolerância social... Como o ´pacto´ foi quebrado, a Geyse expôs que tipo de aluno freqüenta a Uniban... Os alunos ficaram raivosos.. Geyse representa TUDO que eles não querem ver deles mesmo... Teria essa mesma recepção uma garota, com o mesmo vestido, mas dentro dos ´padrões´ de beleza da ´elite´? Uma garota bonita que, naturalmente, chamasse a atenção, e ainda mais usando um micro-vestido... Penso que não. Geyse é a Geni... Fácil de odiar, daquele tipo de pessoa que faz as pessoas pensarem ´quem ela pensa que é para ficar fazendo isso na MINHA Universidade?!?!? Ela se acha, vamos colocá-la em seu devido lugar!!!´ (se esquecendo que esse ´lugar´ na verdade é o ´nosso´ lugar ).
Os alunos tornaram-se monstros, a turba desfez o sentido de individualidade, os freios morais ficaram anestesiados, e eles poderiam ser ´desculpados´ de seus preconceitos, afinal todos estavam fazendo isso. Usou-se como desculpa o fato da Geyse estar vestida de forma inconveniente (verdade), mas quem falou isso foi o garoto de boné... E incoveniente por inconveniente, qual atitude foi ´mais´ inconveniente? Do vestido que sobe ou das fotos e impropérios da turba louca?
Mas a lição maior que tirei disso tudo foi que não têm mocinho nessa história, principalmente da mídia, que mais uma vez se faz de ´baluarte´ da ´liberalidade´... E não se discute o principal, dos limites dentro da Universidade, do que estamos deixando acontecer, do que os alunos estão ´fazendo´ nas Universidades privadas, quais os limites dentro dos campi universitários, até que ponto o conservadorismo é válido nesse ambiente, o que está certo, o que está errado... Não é uma questão de ´veste o que quer´, mas sim uma questão de preconceito e intolerância social, limites à liberdade e responsabilidade pelo ambiente acadêmico... Não estaríamos transformando nossas Universidades em ´fábricas de canudos´? Onde o objetivo seria apenas ter o diploma, a qualquer custo e em qualquer ambiente?
Em tempo, falo isso de cátedra, pois me formei numa dessas Universidades privadas... E lá tmb ´fingíamos´ que éramos universitários e que a Universidade merecia nosso respeito.
6 comentários:
Achei interessante a sua postagem sobre esse assunto, não porque merece ibope, mas sim pela maneira como analisou a questão.
Me fez pensar e dou razão quando diz que ela era de classe baixa e fez com que os que se julgam acima dela (uma classe acima)quiseram colocá-la em seu devido lugar.
Por outro lado acho que perdemos certos valores com essas Universidades (no sentido que você escreveu). Hoje em dia o pensamento do aluno é duro de se ver.
E ela vai sair na Playboy, podem apostar.
abs
Não resta dúvida que o tal "inconsciente coletivo" foi aflorado nesse episódio que envolveu uma adolescente (que até então, não sabia que estava fazendo na tal faculdade) e outro 'bando' de adolescentes (que ainda não sabem que estão fazendo lá)... A questão é: será que um simples episódio como esse, seria bastante o suficiente para gerar, ou melhor, para produzir toda essa comoção coletiva?
Se essa indagação for positiva, temos a prova concreta que as tais 'Uni-esquinas', são verdadeiros guetos (com a chancela do MEC) com uma concepção definida: pague e pegue (o chamado diploma 'fast-food')!!!
Aliás: diploma, celular (último tipo), roupas de grife, carro do ano, notebooks, fazem parte da ascensão social, não é mesmo?
E a educação no Brasil, como fica? O MEC garante !!!!
muito interessante mais o importante e que tem que ter mais tolerancia nas universidades
Acho, Admin, que as uni-esquinas estão interessadas apenas no dinheiro das mensalidades.. Qualquer outro assunto, inclusive educação e comportamento, ficam em segundo plano...
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