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sábado, 8 de junho de 2013

O Papel das Redes Sociais no Debate Ideológico






Inspirado por uma conversa com minha esposa, achei por bem retomar os debates de cunho político-ideológico desse blog, iniciando com uma exposição do que penso acerca das críticas sobre os "Revolucionários do Facebook".

Até bem pouco tempo, os debates políticos estavam restritos a círculos mais ou menos fechados e/ou restritos (como uma mesa de bar ou entre aqueles que tinham energia para participar de plenárias diversas, além de poucos jornais, panfletos). Os grandes meios de comunicação impunham suas ideias e abriam bem pouco ao debate (Seja por impossibilidade do meio, seja por motivos políticos). Você recebia as informações (deformadas ou não) em sua casa e restava acreditar ou não naquela versão que chegava. 

Alguns poucos valentes faziam panfletos, denunciavam com cartazes, reuniam grupos de debates, mas com pouco ou nenhum efeito real sobre a massa popular que assistia ao Jornal Nacional.

Hoje, com a expansão tecnológica dos meios de comunicação, uma nova ferramenta surgiu: A rede social. Essa nova tecnologia não apenas deu voz (e visibilidade) a quem não tinha, mas também deu a oportunidade de questionar o 'status quo' da comunicação, fazendo surgir uma 'afronta' à notícia direta, gerando debates e construindo ideias.




É esse meio de comunicação, a democratizar o debate de ideias, que hoje é hostilizado por aqueles que não têm ideias, mas preconceitos travestidos de ideias, e que, confortáveis até outro dia em seu mundinho, se veem agora obrigados a engolir argumentos contrários aos seus pensamentos e tê-los posto em debates às claras, ao escrutínio de todos. 

Por óbvio, aqueles que não querem ter seus preconceitos escancarados e demolidos por fatos e argumentos, se escondem de todas as formas, e a nova moda é dizer que "discutir no facebook não leva a nada", e aí se encolhem nas sombras de seus monólogos mentais. 

Claro, há muito desgaste em discussões no facebook, que muitas vezes são inúteis do ponto de vista conclusivo, mas abortá-los como um todo é sinal de que o ego não permite diferenciar entre uma discussão infrutífera e uma demolição de seus preconceitos, caindo-se na opção segura e socialmente aceita de 'não se envolver mais nesse tipo de discussão'.  

Muitas pessoas preferem, de fato, não se desgastar em qualquer tipo de debate, e isso é totalmente compreensivo, cada caso têm suas peculiaridades, cada pessoa suas necessidades e limites. Uma pessoa que prefere mansidão talvez não se sinta confortável no meio de uma discussão acalorada, mas esse tipo de pessoa não se mistura com o tipo que estou a me referir.

O tipo de pessoa a que me refiro, que fala sobre "Revolucionário de Facebook", é aquele que até outro dia vomitava seu preconceito racial, social ou de gênero na Internet e que, depois de ter suas idéias debatidas amplamente, decidem que "não querem mais participar disso" (mas continuam dando 'curtir'  em comentários de outros  seguem sua linha errática de pensamento).

Essas pessoas se acostumaram a limitar suas idéias a pequenos grupos, onde a segurança de seu círculo servia de escudo à verdade, ao debate. Quando expostas (suas idéias) percebe-se que não há nenhum tipo de respaldo lógico ou fático e que, por fim, suas idéias não passam de preconceitos. E, como todos sabemos, preconceitos se combate com idéias. Portanto, abortemos o debate de idéias, de maneira que se possa sair com o ego quase inteiro.




Voltando ao conceito de redes sociais como fonte de debates ideológicos, temos que o "Revolucionário de Facebook", hoje é a pessoa que fazia panfletos underground ontem. É uma massa de pessoas que ganhou voz, que antes, por falta de energia, por falta de oportunidades, não tinha como expor seus pensamentos, sua idéia sobre política. E o conjunto dessas pessoas acaba servindo como contra-ponto às notícias jogadas pela mídia, pois cria-se uma rede de informações que, compartilhadas, costumam jogar luz sobre vários pontos deixados obscuros por motivos políticos.

Por isso eu louvo os "Revolucionários de Facebook" e recrimino vigorosamente aqueles que tentam abortar o debate nas redes, diminuindo a importância dessas na construção democrática.




(Em tempo: o debate gera idéias que destrói preconceitos maquiados de idéias, por isso blogs como de Reinaldo Azevedo NÃO permitem o debate).


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